28 de out. de 2022

 


Os passos continuam pelas ruas

Só que mais lentos, desatentos,

Guiando olhares que esbarram em um horizonte repleto de enigmas.


A cidade é um coração que pulsa em silêncio,

Sem vozes, cansada,

Como um campo antes da batalha.


Mas há um hino, tímido, ecoando,

Prenunciando uma estrela que voltará a brilhar,

Falando de um povo ainda em riste, resistindo. 


Alguns dizem que adentramos para sempre em um reino sombrio,

Um vasto vale de desesperança sem volta,

Povoado por bestiais soberanos,


Outros, que a Luz não tarda,

E essa fria escuridão é o prelúdio da inevitável alvorada.

O sol se erguerá, iluminando as faces afáveis.


E eu rogo aos anjos que despertem do sono que um dia lhes permiti...

O santificado peso do amor arqueia nossas almas frágeis.

Mas antes o peso dele, que a leveza da indiferença.

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