26 de fev. de 2016

Sem motivo


Se eu pudesse pegar todos os pequenos tesouros,
Guardá-los para sempre onde meus dedos podem tocá-los;
Usá-los como compensação para as tardes mortas e ensolaradas,
Usá-los para lembrar de como a vida tem belezas tão fartas...

Se eu pudesse pegar todas as memórias,
Tirar todos seus espinhos venenosos,
E usá-las nas noites silenciosas,
Apenas comigo e versos, sem vozes e sorrisos...

Se eu pudesse pegar todas as sutis esperanças
E construir escadas firmes para os sonhos
Sempre distantes demais em suas brilhante e altas torres
Protegidas por feras e realidades famintas...

Se eu pudesse ser grato por já ter vivido tanto,
E por ainda estar vivo;
Não ser escravo das minhas ambições imbecis,
Não haveria motivo para este poema.

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