8 de fev. de 2016
Abrigo
O que tinha diante de si
era o espírito de um velho contador de histórias.
Um mar infindo de palavras,
às vezes doce, quase sempre revolto.
Acostumado aos estrondos insanos vindos do céu,
acostumado à luta violenta das forças.
Um oceano que em seu fundo protege tesouros frágeis,
inalcançados.
E eu tentei manter longe das minhas profundezas
os delicados raios de luz.
Fechei os olhos para ignorar os relâmpagos de esperança
no horizonte intocável.
Mas já é tarde.
Eu já sinto...
As nuvens bailam insanas no céu
e sua dança me seduz.
O coração murmura uma canção, tímido.
Não há volta.
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