27 de fev. de 2016
Intuição
Quando não errava miseravelmente,
A intuição era uma guia maravilhosa.
Ela brada para que o caminho seja outro,
Antes que no fim do caminho a falta da graça me espere.
Certas vezes estive silencioso e calmo,
Como as noites em que o luar esbranquiça o jardim,
E pude ouvir sua voz suave sobre futuros tristes
E esperanças pálidas.
Certas vezes, cansado de tanto vazio,
Tampei meus ouvidos e segui adiante,
Com paixão e eforia,
Para o meu próprio abismo...
Ouço sua voz agora, clara e límpida,
Como um riacho de montanha ou uma canção.
Sua benevolência tenta me salvar do perigo,
Enquanto também me impede de saborear a vida.
Então eu sigo, consciente dos fins,
Das sucessivas decepções,
Das noites em claro que espero por absolutamente nada.
Louvada seja em sua amaldiçoada missão de abrir meus olhos.
Meus olhos ainda famintos de claridade, de beleza, de amor.
Louvada seja por me obrigar a enfrentá-la
E através dos meus cortes e lágrimas saber que ainda estou vivo,
Ainda que a vida careça de real sentido.
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