7 de nov. de 2014

Livro colorido, livro dolorido


Se perdoei os demônios que se aproximaram,
Como não perdoaria os anjos que partiram?

As páginas viram, amarelam, envelhecem,
são chicoteadas pelos ventos, dão lar a memórias e flores secas.

Registro minhas cores e dores.
Há sangue, há suor, há água límpida, há luz de manhã.

Certos dias vejo o infinito futuro temeroso; 
que será de nós, meu Deus?

Certos dias eu sou o próprio infinito,
E os olhos marejam... Deus dança comigo.

E ao soprar os ventos secos da realidade,
Corro a pedir misericórdia à minha esperança de menino.

Mais um página termina; sentirei saudade...
Mais uma página se inicia; preparo as tintas. 
A vida reinicia.

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