Há nas vozes dos verdadeiros poetas
Uma beleza e uma dor profunda,
Uma verdade e uma ilusão repleta de encanto,
Um caminho nunca trilhado pelos meus pés.
Desde o leite do peito de minha mãe,
Até o primeiro golpe na inocência,
E mesmo após o primeiro grande amor,
E a espera pelo meu último suspiro,
Persiste e segue com seu brilho pouco e singular
A pureza de uma fome, de um anseio
Por uma paisagem nunca vista,
Por um sentimento não dissolvido pelas águas do tempo.
E agora sem luz que fere ou escuridão que paralisa,
É preciso que eu diga que me faz sorrir
A ideia de que eu poderia amar profundamente
Aquilo que tão belo flutua pelas escadarias quase sem me ver.
Eu fui o algoz, e fui o semeador;
Fui o que amou, e também o que partiu;
E sou o que mergulha no medo, e emerge na esperança;
Sou o que sabe que muito ainda será dito antes do último ponto final.
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