As palavras sempre em sua caçada
Pelo encantamento correto,
Pelo milagre oculto,
Pela remissão de algum pecado.
Por elas os olhos buscam faíscas de beleza
Em uma paisagem sem encanto
Onde nem mesmo a poeira reluzente do passado
Ainda resiste pairando no ar.
Mas até os anjos viram a luz tímida
Que se oculta por entre os tantos deslizes,
E que brilha
Por entre as frestas abertas pelos dias.
Há emaranhado a ela
Todo esse amor adormecido,
Clamando quase rouco pela superfície,
Há...
Então eu aguardo armado de versos fracos,
De flores quase sem perfume,
Segurando com ternura
Um sonho que aos poucos se liquefaz.
Eu aguardo...
Por uma verdadeira primavera,
Que colorirá de verde e púrpura
Os campos cansados onde as esperanças brincam.
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