A beleza singela que a noite esparrama pelo céu antes de derramar seu manto de um negrume encantador por todas as ruas, faz com que o coração sinta por um instante, enquanto duram as fugazes luzes, como se na verdade contemplasse uma fresca alvorada.
Um novo dia nascido do fim dos dias...
É certo que tão distantes pairam os velhos doces tempos, repletos que quimeras adormecidas abaixo da sombra de dias longos e já estéreis;
Tão distantes, que o espírito parece não mais saber destrancar as cansadas janelas e sonhar com as miragens Douradas e inatingíveis do horizonte;
Mas um breve olhar... Fértil e castanho feito o solo que nutre o perfume dos jasmineiros,
Uma voz... Macia e morna feito o som aconchegante de trovoadas distantes;
E, meu Deus,
A realidade não consegue roubar de imediato a formosa utopia que corre livre atrás dos altos muros intransponíveis,
E eu sorrio sozinho, no escuro que já se achega completamente,
Quase feliz pelos minutos gastos acariciando este belo impossível.
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