Há esse pouco de vento que sopra gentil
Sobre feridas não tão mais profundas,
Mas que ainda assim latejam
E insistem em serem notadas.
Nem só do sublime e da saudade
A palavra se alimenta:
Ainda há pouco se nutria de uma ilusão quase sem doçura
E de um passado do qual só migalhas sobraram.
Mas o que persiste da emoção
Ainda flui por conta das humildes luzes de natal que começam a se espalhar
E das ruas de casas abandonadas
Onde florescem memórias silenciosas pelas calçadas.
Os pensamentos são ainda inimigos que nunca aceitam a derrota,
Embora a vidente tenha falado de dias melhores...
Então sinto que ainda me resta um coração bonito,
Mesmo que abaixo dos longos escombros do tempo.
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