29 de jul. de 2015
Cidade dos Anjos
Nenhum dia deixou de existir após o fim do mundo.
Do mundo que era morno, e pulsava como um coração jovem;
Destemido, selvagem, louco.
Nenhum dia realmente existiu após o fim do mundo.
Como um fantasma enclausurado, permaneci.
Janelas e portas bem fechadas.
As estrelas não mais ascenderiam o céu.
A canção não seria mais ouvida.
A cidade perdera seus Anjos.
Há esta força impenetrável e misteriosa,
Como diamantes adormecidos,
Jamais descobertos, jamais despertos.
O destino. A pena. A escolha.
Foi vivido o que era de se viver, nada mais.
Então os Anjos não mais se uniram.
E a cidade agora chora todas as noites,
Carente da claridade outrora tão vasta, abundante.
Um pequena cidade ainda ingrata...
Uma pequena cidade de coração em carne viva...
Viva!
Que ao menos hoje, chora mais leve.
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