Ainda amava.
Deus!
Nada mais que um único ano se completa,
Rápido e insolente,
Mas para o espírito esquecido,
Fora o início de uma longa era glacial,
Que o vem tornando mais frio e rígido
Que o próprio corpo que o abriga.
Ainda amava,
Ainda assim.
Como se fosse possível
Um amor tão belo resistir
Em um mundo agonizante;
De escassa poesia,
De dores medievais,
De distâncias agora intransponíveis.
Ainda amava,
Embora nevasse...
Nevassem dias insólitos,
Na realidade, idênticos;
Nevassem silêncios,
Numa existência que já fora canção;
Nevassem adeuses
Sobre o ancestral jardim de sonhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário