9 de jul. de 2015
Eu e o lugar
Mais dos versos a ninguém...
Mas eu lembro: estes olhos já se encantaram,
Este corpo já foi mais poesia que carne.
Pedi trégua. A quem?
Tentei acreditar que alguém tinha as rédeas de peito,
E guiava muito mal.
Ah, eu já voei por essas ruas e labirintos...
Já pensei ter um lar, antes de sentir que lares
Não são lugares, são pessoas.
Ouço o chamado quase mudo de sentimentos mortos.
Sentimentos longínquos... facilmente substituídos.
E lembro que por uma vez eu parti.
Parti das velhas ruas, de mesmos perfumes e pessoas,
Onde já nas noites de paz, tão raras, não flutuo mais.
Parti em busca do lar, o lar tão morno e gentil...
Mas que estava de portas trancadas.
Bati nas janelas, chamei pelos vizinhos, fiz drama no portão.
Silêncio.
Voltei para o velho lugar, mais sujos, mais densos, mais feios,
Eu e o lugar.
E passei pelas velhas ruas, desviando de memórias em decomposição.
Todo dia ainda é um adeus, entende?
Um adeus a tanta, tanta coisa...
Adeus.
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