18 de jul. de 2015

O rei foi deposto


Seus fantasmas rastejam por minhas entranhas
Como vermes vorazes.
Soldados famintos, servos de um rei de caos.

Eles me devoram, deixam um rastro de vazio;
Que se junta a outros tantos vazios,
Deixados por tantos outros reis indiferentes.

Mas eles consomem minha alma apodrecida,
A parte maculada e nunca mais bendita.
Pois suas mãos tocaram, suas mãos violentaram.

E eu me tornei um faminto de Luz,
De uma Luz que nunca existiu,
Que não tinha obrigação de existir.

Mas eu a perseguia, a perseguia...
E até a vi, pairando tão doce e distante.
E eu até olhei os campos floridos que margeiam o paraíso.

Olhei nos olhos de anjos e demônios.
E me tornei anjo e me tornei demônio.
Mas livre! Você já não tem poder...

Você foi deposto, você nunca reinará novamente.
Minha vitória, minha derrota, minha luz, minha escuridão
Nada mais devem a você.

Enfim uma natureza livre, errante;
Não mais envergonhada, mas selvagem,
Felina faminta na selva solitária.

O mau rei foi deposto.
Santo ou profano, apenas meu é meu espírito.
Seus vermes não têm mais do que se alimentarem.

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