8 de dez. de 2014

Sol


Então é esta a flor sem nome?
Imensa, exuberante, mortal.
Então, será isto o amor:
Uma sequela?

Quando criança, por tantos anos,
Ansiava a noite para poder voar.
Sonhos tão distantes, passados remotíssimos...
O que agora posso aguardar?

O galho já ressequido do ipê
Não comove mais.
Apenas eu ainda lembro de suas flores atemporais.
E eu aceito a minha absoluta não aceitação, 
Como aceito amar a Deus sem nunca ouvir Sua resposta.

Então, será isto o amor:
Uma fé? Das mais fortes, das mais doridas?
Porque os olhos não mais veem, as mãos não mais tocam
Os ouvidos não mais ouvem, os lábios não mais saboreiam... 
Mas ele persiste, dependente, como a Terra do Sol

Jamais próximos.
Jamais distantes. 

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