Todas as respostas flutuam na atmosfera ao redor.
Uma atmosfera morta, fria, escura,
Repleta de ânsias, desejos, sonhos em pequenos pedaços afiados.
Anjos e demônios correm por perto, livres.
Construindo e destruindo, amando e desprezando.
Às vezes são tão parecidos...
De alguns dos cortes nasceram flores,
Das flores nasceram pequenos frutos;
Talvez doces, mas que não são eu.
Eu sou a criatura quimérica de raízes profundas,
De asas imensas, de natureza pacífica e coração revolto.
Cravado no chão, dançando ao vento.
E na sombra que projetam minhas utopias, alguns descansam.
Mas quando é noite, quando a luz falta e nenhuma flor é vista,
Todo e qualquer vivente parte, e sou só com a terra e com o céu.
Mas em silêncio, enquanto até a vida adormece docemente,
Preparo com esmero minhas pequenas sementes.
Sementes aladas, quase tão leves quanto o ar.
Pela manhã, ao soprar da primeira brisa, lanço-me em fragmentos...
Alguns pousam em espinheiros, outros em terra morta,
Mas alguns, raros alguns, pousam em corações não muito distantes.
Então o velho eu seca, esfarela, despede-se.
Pequenas raízes e frágeis asas mais uma vez desenvolvem-se...
Renasço, junto das velhas companheiras: angústia e esperança.
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