17 de dez. de 2014
Rei Vermelho
Bendito sal que escorre dos olhos e
Fertiliza a terra das roseiras.
Benditas todas minhas mortes.
Em sua maioria, pelas causas verdadeiras, puras.
E não serão os sorrisos ou os urros que levarão o vermelho das rosas,
Ou o vermelho deste sangue ordinário,
Ou o vermelho das pequenas flores que morrem tão jovens.
O Rei Vermelho ainda pulsa, e não dá sinais de abdicação.
Danço junto ao meu desiquilíbrio,
Danço junto à canção que não deve ser ouvida.
Se me vê como covarde, saiba que amei.
Tal coragem nem eu sabia que tinha.
Cada lança cravada na alma faz de mim criança em desamparo,
Mas ao sair, ao partir, leva uma casca grossa, armadura inútil.
Cada dor que me tira a esperança me deixa mais humano.
E depois que a mágoa cessar sei que serei todo gratidão.
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