Mesmo os tons mais singelos do crepúsculo me pareciam muito dignos de louvor e gratidão. E mesmo com a consciência áspera de que talvez nada seja novamente tão belo como fora um dia, o riso das meninas que correm descalças e leves pela estradinha de terra me faz sorrir também.
E há a lua que nasce suavemente e a canção transportando o pensamento para quando havia felicidade apenas por você querer estar aqui...
O aroma empoeirado que o vento traz é o mesmo daqueles anos, anos quando eu também era um menino correndo descalço pelas estradas de terra, acreditando que havia algo de mágico em todas as coisas.
Mas eu olho o sol que se põe pelo lado oposto e sinto que talvez não precisemos mais de algo que vá muito além dessas pequenas memórias que o tempo cravejou com um pouco mais de encanto do que talvez mereçam, ou dos dias mornos em que a luz é macia e o coração experimenta uma dose do sabor adocicado da paz.
E talvez isso não seja crescer, talvez seja o contrário disso. E tudo bem. Talvez tudo esteja só na minha cabeça, como todas as vezes em que vi os anjos e as estrelas de muito perto. E tudo bem. E talvez eu não queira me importar por uma tarde... Apenas adormecer junto da claridade que deita na linha do horizonte e junto dela sonhar com dias com menos distância, com ruas menos vazias, com menos despedidas.
E tudo bem...
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#ruasdedomingo
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