Daqui já não ouço os sinos que clamam pela presença dos fiéis.
Também não sei se eles voltaram a tocar, mas ainda assim, imagino os passos calmos a caminho, as vozes mansas, os aromas, as cores, as mãos enfim dadas.
Pelos jardins recém plantados e pelos parquinhos repletos de simplicidade, as crianças já correm e brincam novamente. E por um momento eu dou as costas para a angústia e me lembro de dias mornos como aqueles de Nossa Senhora em que choviam pétalas do céu.
E mesmo eu sabendo que tudo já foi dito e vivido tantas vezes, bem no fundo eu percebo que ainda amo tudo o que amei e que ainda sinto tudo o que senti.
Nada é extinto ou apagado.
Por isso quando o mesmo sol se põe da mesma forma atrás das mesmas árvores que adornam o mesmo caminho, eu ainda paro e faço uma oração, talvez uma mesma oração também... Aquela de uma criança que se enrolava com as palavras e com seus medos, mas que via Deus em todas as coisas.
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