21 de abr. de 2016
As palavras são mortas
Todos esses tantos símbolos agrupados,
Compreensíveis ou não,
Gramaticalmente aceitos, corretos, incorretos...
E se não forem nada?
E se, como aquela estrela que um dia vi ascender
E noutro vi descer pelo céu,
As palavras forem mortas,
Pequenos estilhaços luminosos sem importância e significado?
O que ainda resta dizer depois de tudo que já foi dito e ignorado?
Expressões sem vida, soltas, perdidas, distantes do destino.
Os corações estão fechados
E a poesia talvez não possa ser dita, mas vivida.
Enfim a ponte ou o muro ou o rio;
Algo a ser transpassado, algo para o além,
Que não pode ainda ser visto, mas pode ser sentido.
Tudo é verdade e tudo é ilusão.
Mesmo a mais concreta das verdades é uma fagulha,
Uma fagulha de um sol muito distante.
Mesmo a mais nobre das intenções guarda um resquício do mau,
Um egoísmo silencioso, latente, quase imperceptível.
As palavras são mortas, como seus poetas,
Testemunhos inúteis de sentimentos igualmente falecidos,
Varridos pelo tempo e pela indiferença.
As palavras são mortas. Que reine o silêncio.
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