5 de abr. de 2016
A maldição do poeta
A maldição do poeta são suas tantas palavras.
Palavras esquecidas, não lidas, ignoradas.
Sentimentos não conjurados.
Súplicas desconjuntadas.
A maldição do poeta é a beleza da vida.
Beleza tamanha! Imensa!
Mas que ele não pode dividir, não pode oferecer;
Apenas contempla.
A maldição do poeta é seu coração.
Esse único real tesouro.
Relíquia guardada no âmago da terra;
Nunca descoberta, nunca sentida.
A maldição do poeta é sua memória
Que vaga ébria em tempos de outrora;
Fascinada por relâmpagos de felicidade
Em meio às brumas, às névoas da realidade.
A maldição do poeta é seu Amor.
Tão maior e tão mais belo que ele próprio;
Mas igualmente tolo e frágil;
Feito uma criança iludida por luzes artificiais.
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