Nada foi dito o suficiente.
Silêncios intermitentes matam as recém-nascidas sentenças.
Contratos são queimados pelo frio da indiferença,
Palavras congeladas, ignoradas, chovendo num chão de concreto,
Estilhaçam-se, cortam, sujam.
A ausência pinta um quadro bem explicativo,
Mas as provas devem ser escritas, ditas, cantadas.
Os olhos não confiam no que veem,
O coração não acredita no que sabe.
Palavras. Elas dão a vida, elas precisam tirá-la.
A quietude é suficientemente clara,
Óbvia como a impossibilidade do impossível.
A calmaria fala da tempestade que não demora;
Uma beleza divina,
Uma porta para o inferno.
As milhares de letras, agrupadas,
Reunidas pelas mãos flamejantes de sentimento;
A alma completamente nua, nua como nua é a Deus,
Não é o bastante. É pouco. Tudo sempre será pouco.
Pois não encantam essas formas, não reluzem, não dão prazer.
Adeus.
Confie em apenas uma palavra,
A única sã entre as loucas entorpecidas.
Confie apenas nos silêncios.
"Eu não posso mais."
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