5 de jan. de 2015

Do mar e do amor


Sei que o mar está lá, quase tão grande quanto a eternidade.
Tão belo, tão quente,
E tão frio e tão perigoso.
Pacífico, acolhedor de tanto mistério,
Também aberto e revolto,
Quase tão forte quanto o desejo, quanto o Amor...

Que querem os Homens com coisas tão imensas?
O mar.. o Amor.
Homem, bicho faminto de esperança, de luz, de rumo.
Perdoa, Bom Deus, também sou Bicho;
Também quero sorrir ao sol que mergulha no horizonte esverdeado,
Também sente falta de mão macia a minha mão trêmula.

O espírito flutua, voa, afunda...
É levado por correntes marítimas,
Correntes de ferro, 
Correntes de ar...
Mas o olhos sabem o que buscam, os olhos sabem o que louvam.
Olhos vorazes como olhos de poeta.

Estes olhos que nunca beijaram o oceano, 
Nem beberam da voz da verdade infindável...
Brilham; ainda que como pérola escondida tão longe,
Tão fundo.
Meu peito, pequeno demais, nunca abrigará o mar;
Mas o Amor, eu sei, poderia abraçar oceanos inteiros.

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