31 de jan. de 2015
Despedia
Quantas foram as noites em treva profunda,
Tão diferentes daquela em que estrelas ascendiam.
Quantas foram as noites em súplicas, em lágrimas.
Assisti em desespero a indiferença esfaquear o mais lindo milagre,
Tomei em meus braços seu corpo inerte, seu sangue divino banhou meu espírito.
E sem o que me dava vida, continuei a viver.
É findo o tempo das luzes imensas, da angelitude, das alturas inatingíveis;
É tempo da pele na terra, das mãos com sementes, de novas flores.
É a despedida do que prometeu ser eterno.
Surpreende-me a volta do fôlego, assim, sozinho, sem a esperança.
E muito agradeço ao notar as memórias semi-adormecidas,
Não mais destruindo e queimando qualquer coisa que tocavam.
Nenhum sentimento anuncia chegada; é tudo silêncio.
Aproveito para lavar o peito com a seiva da noite novamente apenas minha,
Talvez não haja o que chegar, mas há o que enfim irá partir.
A meiga luz da lua a pratear o jardim basta para um brando sorriso.
O perfume gentil das antes inodoras rosas são um carinho tão verdadeiro.
Sem nenhuma palavra. Sem nenhuma mentira. A este momento chamaria de Paz.
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