2 de mai. de 2011

Casulo

Eu sei que minha voz nunca emocionaria teu coração,
Eu sei que teu perfume nunca adentrará por minhas vias e aniquilará cada pensamento bandoleiro que no âmago de mim reside.
Eu sei que você é distante de mim... tal qual eu sou do voo.

O que eu teria de ti além de uma fria fotografia muda?

Há tanto dentro de mim, anjo de rosto imaculado.
Há tanto que preciso dividir, espalhar, oferecer...
Mas pedem-me apenas o que tenho de mais pouco,
Apenas pelo meu sangue mostram interesse.

Por aqui não se faz silêncio há anos...

E eu continuo implorando pela chuva, pelo frio.
Continuo desejando que exista ao meu redor o que se desenha dentro de mim.
Eu continuo esperando pela chuva, e essa é uma espera de covardes,
Pois penso que a chuva me manteria dentro de mim mesmo; me pouparia de idas ao portão, à rua, à vida; sem ter que exprimir explicações quanto à minha desistência...

É tão cinza, às vezes, dentro de mim.

Um comentário:

  1. Vc descreveu exatamente como me sinto as vezes:É TÃO CINZA,ÀS VEZES,DENTRO DE MIM.
    Marcos vc é meu escritor favorito,o único que consegue desmascarar minha alma...
    Parabens mais uma vez...

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