Era talvez uma das primeiras vezes em que havendo algo feito um sentimento não desceria do céu, como as suaves últimas chuvas de novembro, palavras e mais palavras para dar forma, esculpir ainda e novamente algo de bonito que logo seria depositado e deixado para sempre nas prateleiras inalcançáveis da ilusão.
Mas há essa imagem flutuando pela mente que emana uma luz dourada e que por alguns instantes, quando os dias são amenos e cinzentos e as luzes de natal começam se espalhar pelas ruas e praças, quase me faz lembrar dos tempos em que éramos tão jovens e nada assustava tanto porque os rugidos do tempo ainda só eram ouvidos apenas de muito longe.
As novas canções que já se tornaram antigas canções substituíram o som da velha claridade que aqueles ventos infantis traziam...
E é possível que tenhamos começado a confundir os algozes com os heróis, porque os algozes ao menos parecem nunca mentir,
Parecem nunca partir.
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