No ano em que o último amor chegou e partiu plantei a árvore que, mesmo estéril, toda primavera tão abundantemente floresce, e hoje, com seus troncos já fortes pode segurar o pequeno balanço onde brinca um outro, pequeno e belo amor, este que nunca irá partir.
E penso no que somos além de crianças ansiosas em um eterno primeiro dia de aula, deslumbradas e temerosas com o pouco que os olhos conseguem vislumbrar do futuro...
As luzes nas ruas e as cantorias pelas esquinas são pequenas fagulhas dessa esperança que sempre ameaçada partir para sempre, mas que nunca está de fato muito longe.
E penso então em todos aqueles que olham para o céu profundo nas noites mais escuras imaginando que os pequenos pontos brilhantes grudados no firmamento são faíscas desprendidas do sorriso daqueles que o amor tornou eternos.
E tudo bem não ter como não temer o caminhar por esse vale de lágrimas... Junto das mãos cansadas e dos corações feridos, são essas lágrimas que regam o solo e permitem a sempre aguardada floração.
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