22 de dez. de 2021

 


No ano em que o último amor chegou e partiu plantei a árvore que, mesmo estéril, toda primavera tão abundantemente floresce, e hoje,  com seus troncos já fortes pode segurar o pequeno balanço onde brinca um outro, pequeno e belo amor, este que nunca irá partir. 

E penso no que somos além de crianças ansiosas em um eterno primeiro dia de aula, deslumbradas e temerosas com o pouco que os olhos conseguem vislumbrar do futuro...

As luzes nas ruas e as cantorias pelas esquinas são pequenas fagulhas dessa esperança que sempre ameaçada partir para sempre, mas que nunca está de fato muito longe. 

E penso então em todos aqueles que olham para o céu profundo nas noites mais escuras imaginando que os pequenos pontos brilhantes grudados no firmamento são faíscas desprendidas do sorriso daqueles que o amor tornou eternos. 

E tudo bem não ter como não temer o caminhar por esse vale de lágrimas... Junto das mãos cansadas e dos corações feridos, são essas lágrimas que regam o solo e permitem a sempre aguardada floração.