"É preciso sentir o calor do abraço de Deus", ela me dizia, com seus olhos repletos de amor e iluminados como pequenos faróis.
E eu não sabia defender minhas causas, não sabia expor o meu ponto. Talvez Deus esteja em todas as coisas e seja todas as coisas, de alguma forma, ou talvez a simples ideia de algo perfeito cause um colapso em nossa mente tão acostumada ao erro, às rachaduras, à fragilidade dolorida da vida.
Talvez seja Deus as ruas repletas de luzes coloridas como se fossem mensagens esperançosas;
Talvez seja Deus os guarda-chuvas coloridos sobre a singela boulevard que fazem as crianças ficarem encantadas;
Talvez seja Deus o sorriso de minha mãe diante da fonte luminosa que voltou a funcionar;
Talvez seja Deus a bonança após cada tempestade, e a emersão após cada mergulho no oceano perigoso do desespero.
E eu percebo então que talvez eu às vezes não perceba o calor do abraço de Deus por nunca ter sentido o frio de estar longe dele,
Porque há ao redor, mais que toda angústia, um sopro milagroso de vida que não cessa;
E eu vejo que mesmo sendo ainda um espírito tão primitivo e alquebrado, há por dentro uma capacidade ainda falha, mas já tão bonita, de amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário