25 de abr. de 2017
Reboot
Quando a esperança me tomou o braço,
Me levando sorrindo, cantando,
Num dia de domingo cheio de sol
Não havia razão de olhar para trás,
Pensar do dia da volta e do adeus.
A vida é mesmo uma bobagem, uma irrelevância,
Para questionar a verdade
Que se apresenta a princípio
E que desaparece ao término.
A história muda os personagens,
Os efeitos especiais,
O gosto,
Os cenários,
Um reboot bem feito
Que será idêntico em sua essência
Às versões anteriores,
E anteriores,
E anteriores...
Ao abrir a porta novamente
Depois da indiferença plena e previsível,
Os móveis estavam no mesmo lugar.
Os porta-retratos,
A pequena caixa de papelão
Com a arrogante missão de ser um relicário.
Mas algo não era o mesmo.
Escondido entre os paraíso e o inferno
Em que sempre faz morado o coração,
Algo havia partido.
E era eu indo sozinho por uma estrada,
Nem mais bela nem menos bela que outras,
Mas sozinho.
Fazendo do caminho o próprio destino.
Que tolice seria sentir alguma saudade:
O que não foi uma mentira,
Foi uma trégua,
E tudo se finda.
Todas aquelas promessas e instantes,
O que além de pequenos sonhos
Que em alguma manhã fugirão para sempre da memória?
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