27 de abr. de 2017
27/04
Quando faz muito silêncio
Eu posso ouvir meu próprio coração.
Um som quente,
Que me dá alívio e certo desespero.
A vida insiste.
E o insistir pode ser uma das coisas mais bonitas.
E certamente
Nada é mais triste que o silêncio no peito.
Certa vez, me lembro,
Ele batia tão forte que outro peito o sentia.
Mesmo dali, preso por ossos e carne,
Sua dança era notada.
Quantos murros já levou, não me importa.
Quando a vida tenta dele partir,
É assim que a chamam de volta.
Por isso eu entendo o que em você dói.
O psicanalista disse que somos o produto do meio.
Ele não deve estar errado, quem sabe.
Mas talvez sejamos mais o que fazemos desse produto.
Amanhã o país irá parar, mas nós ainda falaremos do amor.
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