Não há mais qualquer encanto
Nas ruínas deixadas
Por anjos displicentes.
Tudo se torna tão sóbrio e cristalino por fim.
E há mais mistério e beleza
Nas flores roxas da árvore atrás da parede,
Que nas amáveis e bem disfarçadas palavras.
A ausência está me deixando...
É abril, mas faz frio.
A semana teve o peso imensurável
Das lágrimas que ficaram presas nos olhos.
Por qual adeus deveria perder o sono desta vez?
Talvez fosse certo não carregar já tanto cansaço e silêncio,
E estar lá fora lutando juntos aos outros apunhalados.
Mas precisava velar por minhas flores,
Pelos meus restos sagrados.
Quando finalmente alguma lágrima escorreu,
Foi por ainda ver amor no peito surrado,
Morno e magro,
Mas, glórias, não mais por outra lunática alegoria.
Seria o princípio do fim?
Se sim, talvez o fim seja algo de generoso:
Leva embora a necessidade
De outros dedos entre os meus dedos.
Nos sonhos, quem vinha ao grito de socorro
Já não trajava grande beleza e forte armadura:
Era apenas eu mesmo, nem tão grande, ou tão pequeno.
Apenas vinha simples, sorrindo...
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