31 de mar. de 2015
Sumidouro
Bastaria a delicadeza do brilho da primeira estrela da noite,
Ou o perfume da atmosfera limpa após a tempestade
Para fazer parar de girar este punhal dentro de mim?
Nenhum torpor, nenhuma reluzente e veloz ilusão;
Como estrelas ascendentes que nunca mais serão vistas;
Irão devolver o solo onde antes sonhos saltitavam.
E não ofereço rosas que crescem no velho jardim da alma,
O que quer que tenha levado todas as claridades,
Levou também todas as flores.
Toda Beleza é um lamento; todo lamento, um cansaço.
E tudo é tragado pela feia ferida do espírito,
Faminta ferida.
Quem dera devorasse memórias e desejos também.
Quem dera não tivesse existido o dia em que pisei no paraíso.
Quem dera algo verdadeiro sobrevivesse ao sumidouro dos dias.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário