7 de ago. de 2014

Folhas secas


Os dias escorrem por conta-gotas.
Caem lentamente como os grãos de areia de uma ampulheta.
Os semanas levam o verde das folhas, 
mas trazem novos brotos, novas flores.
Os meses levam os dias felizes, também os tristes, 
mas deixam as lembranças.

Cada recordação feliz, adormecida no passado tão presente,
é um pequeno porto, uma relíquia, um refúgio ao coração.
Cada recordação triste, gravada na alma como uma cicatriz muito profunda,
é um pequeno troféu enferrujado conquistado pelas batalhas enfrentadas.

As memórias se esparramam pelo chão e dançam no vento como folhas secas...
Folhas que cumpriram sua sina. Uma hora caem, decompõem-se... 
E assim como a natureza inicia e encerra seus ciclos para que a vida se renove,
Também nós iniciamos e encerramos os nossos para que a esperança não esmoreça por completo.

Que fique uma semente, bem protegida nos confins da alma, e que um dia germine; quando todo verde, principalmente o daqueles olhos, houver partido por completo.

Apenas o Amor permanece inabalado, 
indiferente ao tempo e ao espaço.

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