Persisto em minhas palavras inservíveis.
Se não curam a mim,
A quem curariam?
Mas persisto,
Como se torcer o coração arrancasse-lhe
os litros de fel.
Não arranca. Não muda nada.
Não existe fel...
Existem os dias, um após o outro.
Existe a lentidão e a rapidez deles que,
dependendo do desejo,
faz-se o contrário.
Dias banhados em gentileza,
Dias com tantas flores a desabrochar,
Dias de perfume suave e peito quente.
E dias assim, em que o sol desaparece antes do previsto,
E junto do céu de cobalto sopra o vento frio
que derruba ao solo as flores mais frágeis.
Não me visitaram as fiéis borboletas nessa manhã,
Mas apenas o silêncio e a distância.
Que bom que amanhã será outro dia.
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