20 de jun. de 2014

Solo Sagrado


Deixo aos filósofos a dor da questionável verdade,
Deixo às crianças os mundos mágicos, 
que certamente existem,
E apenas elas são capazes de ver e adentrar.
E não criticarei os autoproclamados "sãos" por não enxergarem algo além.

A mim, permito o amor,
Mesmo tão consciente da minha indignidade perante ele.
Certa vez um Homem disse que aquele que muito ama
tem seus muitos pecados perdoados...

Então acalento em mim amor imenso,
Capaz de envolver e abraçar meus tantos erros;
Como a terra que, carinhosa, aninha a semente falha e faz dela bela flor.
Trago em em mim imenso amor porque por anjo ele me foi dado.

Caminhei onde nossos pés deixaram suas marcas leves,
Naquela doce tarde azulada, de sol tímido, de beleza recatada.
Pus-me em silêncio a agradecer, a sofrer de doce saudade,
a admirar o ipê rosado no horizonte não tão distante.

Deixo a nós o amor,
Um traço feliz num mundo de tantas cicatrizes profundas, amargas.
Deixo a nós aquela fé infantil e pura,
Porque em todos os caminhos que passamos
persiste o perfume dos nossos sonhos.