25 de jun. de 2014

Pedras atrás das flores




Escondi todas aquelas pedras atrás das flores.
Pedras tão sujas, tão ásperas, tão frias.
Eternamente duras em sua inumanidade. 

As recolhi, uma a uma, sujando as mãos que anseiam te acarinhar,
Abaixando até elas, me aproximando do que elas são.
Aproximando-me daquela vergonha e feiura.

Eu não via o céu enquanto as recolhia,
Mas sentia o sol arder nas minhas costas magras.
O céu permanece lá... também a esperança.

Escondi minhas pedras atrás das flores sem perfume,
Flores belas, cor de fogo.
Escondi apenas aos olhos, pois na alma elas ainda permanecem...

Elas ainda permanecem...
Pequenos troféus inglórios,
Troféus para as fraquezas, medos, derrotas.

Cada uma delas, um pequeno pecado tão pesado,
Amontoados e, enfim, ignorados.
Elas agora sustentam erguidos os galhos tão floridos da Primavera.

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