29 de jun. de 2014

O tempo


Os dez minutos anteriores à chegada: eternos.
As doze horas seguintes: um relâmpago.
As horas de insônia: longas e frias como um inverno inteiro.
As horas adormecidos juntos, no calor dos corpos: ligeiras como o sol se pondo.

A fotografia: saudade eternizada.
O instante registrado: veloz, veloz, veloz...
O rápido beijo da borboleta numa flor: fecundada.
A flor fecundada: abrigo da eternidade.

Banhar meu corpo: outra ligeira obrigação.
Banhar seu corpo: ocasião sagrada para acariciar templo divino. 
O abraço de chegada: mais longo que onze anos de escuridão.
O abraço de partida: um infinito falho, que não cumpre sua função.
O beijo: a duração de um desabrochar. 
O olhar: o nascer do sol após a noite tão escura...

Que ninguém se engane:
O que conta a passagem do tempo não são os ponteiros do relógio,
Mas as batidas do coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário