Os dez minutos anteriores à chegada: eternos.
As doze horas seguintes: um relâmpago.
As horas de insônia: longas e frias como um inverno inteiro.
As horas adormecidos juntos, no calor dos corpos: ligeiras como o sol se pondo.
A fotografia: saudade eternizada.
O instante registrado: veloz, veloz, veloz...
O rápido beijo da borboleta numa flor: fecundada.
A flor fecundada: abrigo da eternidade.
Banhar meu corpo: outra ligeira obrigação.
Banhar seu corpo: ocasião sagrada para acariciar templo divino.
O abraço de chegada: mais longo que onze anos de escuridão.
O abraço de partida: um infinito falho, que não cumpre sua função.
O beijo: a duração de um desabrochar.
O olhar: o nascer do sol após a noite tão escura...
Que ninguém se engane:
O que conta a passagem do tempo não são os ponteiros do relógio,
Mas as batidas do coração.
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