Há ainda em alguns inícios de tarde, embora o azul magnânimo e clemente do céu, essa chuva branda de delicados fractais dos tempos em que o tempo não passava.
Esse suave perfume da jabuticabeira em flor, a memória dos velhos papéis de carta, a luz do sol se diluindo por entre as árvores, resgatam dos porões trancados da memória o aroma do primeiro amor, o aroma dos primeiros sonhos que exalavam vida por todos os poros... E eu sempre achava que recebia demais, que já era muito meu amor ser tolerado, e não celebrado; eu sempre achava que as flores floresciam pelo acaso, e não pelas minhas mãos que se feriram na terra ao semeá-las, não pela minha fé em cultivá-las mesmo quando era inverno e todas as cores pareciam tão cansadas.
São apenas os primeiros passos nessa estrada infinita...
São os primeiros minutos de claridade após a madruga...
Tudo o que amei ainda está aqui, repousando agora bela e inofensivamente,
Mas é o que eu finalmente amo que verdadeiramente me guia,
O coração
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