30 de set. de 2021

Inextinto

 


Não mente o poeta

Que no negrume profundo das noites

Diz inventar estórias 

Que tornam a escuridão mais bonita.


Mergulhando solitárias madrugadas adentro,

São pequenas preciosas ilusões que brilham 

Como reminiscências de dias mais simples.

Luminosos retalhos macios de memórias inextintas...


E não que haja tanto alimento para a poesia sempre faminta

Ou que em todas tardes o céu se derrame em cores,

Como que diluído 

Em cascatas de rubis e âmbares,


Mas os murmúrios que ouço 

São do coração ainda se esforçando em entoar uma doce canção,

As cores que vejo 

São do jardim que resistiu à estiagem e ao inverno,

E agora floresce.

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