Rondando os velhos tempos deixados na margem dos caminhos que já deveriam ter sido esquecidos, ainda observo atento na mesma esperança infantil de que de arbustos ressequidos e sem vida floresça algo que transborde cor e perfume,
Mas sempre retorno de mãos e olhos vazios,
Não resta algo a ser colhido de longínquas semeaduras;
E não é tolo o temor pelo dia em que o que resta das palavras, cansadas, se refugiará em um abrigo triste de silêncio.
Por enquanto, ainda se busca os jardins sobreviventes à estiagem, as emoções sobreviventes às decepções, os sonhos sobreviventes à realidade.
Por enquanto, ainda é primavera, mesmo que não tão mais dourada como já fora outrora,
Mas ainda,
Primavera.
Ainda,
De alguma forma sutil e doce,
Poesia.
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