31 de ago. de 2017

Assombrações de Agosto



Os últimos ventos da última tarde de agosto varreram as ruas sonolentas, empoeiradas. Levaram pro horizonte uma plúmbea cortina morna, deixando a cidade brilhante à luz do sol prestes a ser poente.
Era dessas cada vez mais raras tardes que se fazem saudade e poesia. Uma saudade às avessas, do futuro, inconstante demais para ser esperança. E a poesia é órfã, sem colo e destino, jorrando poucas palavras feito chamas peito acima, que logo mergulham eternamente num frio mar de esquecimento...

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