14 de jun. de 2015
Nenhum anjo
É inútil questionar se o paraíso ainda está povoado o suficiente.
Serafins de seis asas ao lado de Deus,
Arcanjos e suas espadas e bravuras,
Querubins com sua doçura.
Ainda olho para as estrelas da sarjeta
De onde me despedi do Amor,
Envolto em uma esperança fina demais
Para espantar o menor dos frios.
É inútil a mágoa pelos anjos que desistiram de mim,
Embora suas promessas e sorrisos e olhares.
Nenhum sonho, nenhuma realidade, apenas momentos.
Os anjos nunca existiram de verdade.
Estão todos perdoados.
Perdoados por tudo o que usaram, roubaram, desperdiçaram;
Perdoados pelas pequenas mentiras, pelas grandes tragédias.
Um dia até me perdoarei pela fé que neles depositei.
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