12 de jun. de 2015
Liquefeito
O coração,
Aquela criança brincando lá fora com flocos de neve,
Que suavemente caem em suas mãos mornas,
Tão belos, perfeitos,
E logo desaparecem...
O coração,
Aquele tolo, ainda olhando para as mãos
Onde o brilho já não há,
Derreteu-se.
Sentimentos liquefeitos, escorrendo pelos dedos.
O coração,
O que insiste, insiste como as palavras.
Palavras que morrem, ressuscitam, sorriem sem se despedir.
Ele ainda bate no ritmo certo, mesmo após tantos fins:
De fé, de desejo, de luzes, de amor.
A canção suave e triste será ouvida mais uma vez,
E mais outra...
Louvados sejam os que acrescentam beleza
Às inevitáveis e numerosas dores.
Louvada seja a primavera que um dia substituirá o inverno.
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