28 de set. de 2014
Finitude
Sinto medo dessa imensidão.
O mundo é pequeno demais, mas o sentimento é imensurável.
Quando mais alimento o espírito,
mais o espírito se torna escravo de sua voracidade.
Já foi acariciado cada centímetro do jardim,
e sorvidas toda luz e toda escuridão do universo.
Já foram vistos paraísos e infernos,
Mas falta. É pouco. E dói.
Não nego a entrada de nenhuma ilusão.
Todas que batem à porta, adentram, bem recebidas.
Mas a porta agora já permanece destrancada,
e eu finjo não notar quando elas partem sem dizer adeus.
Finitude.
Mesmo acorrentado à eternidade, ela me persegue.
Um sem número de inícios e términos,
de tempestades e calmarias,
e eu sinto cansaço.
É isso a vida:
Irregular.
Indestrutível, mas transitória como um olhar,
como uma flor, como uma esperança.
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