25 de set. de 2014
Alma
Não é enferma, a alma.
É faminta.
Não implora, oferece.
É flor simples. Uma em meio a tantas outras
Num jardim não visitado.
Mas é fiel à sua sina. Bela sina.
Tem cor, tem perfume, tem pele de veludo.
Embora também murche,
Embora também perca pétalas ao vento.
Mas é forte, a alma.
Aprendeu com o coração a ver o mundo girar
E a sobreviver às paradas.
É até admirável, pois se tanto se cansa,
Também sabe voltar à vida,
Como uma chuva de primavera.
Persiste. Um santuário secular.
Puído pelo tempo, pelo vento, pelo sonho que a desdenha.
Mas persiste. Os alicerces são profundos.
Agora é calma, embora eterna apaixonada.
Talvez tenha aprendido a controlar as chamas,
Talvez seja apenas chamas.
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