Um último minuto para as mesmas canções.
Um minuto de paz.
Um perfume oculto que devolve a divindade que um dia meus sonhos
possuíram.
Um momento para chorar meus adeuses, para sorrir minhas escolhas.
Observar com todo carinho cada um dos brotos do jasmineiro à minha porta.
Restará para sempre em mim aquela estrada junto do seu cheiro.
Restará em mim a humildade esculpida nas mãos, o elogio singelo.
Restarão em mim o abraço desejado e a lágrima que não evidenciei.
Olhe em meus olhos, colha seu perdão.
Um instante para agradecer a lição que trouxe cada uma das minhas
cicatrizes; um instante para agradecer a fé que retornou depois das várias
estações em que esteve dispersa.
Amar, com todo meu coração e alma, todos aqueles que acenderam estas
pequenas luzes que existem em mim.
Permanecerá em mim a criança; não a criança que sentia medo e vergonha, mas a criança que sabia voar.
Permanecerá em mim o beijo, o gosto.
Permanecerão em mim todos os instantes de contemplação das estrelas, dos imensuráveis milagres sutis.
Um tempo para parar, tomar fôlego, reciclar o brilho do olhar e mergulhar com toda força novamente neste oceano obscuro e fascinante que é a vida.
Renascerá em mim a esperança, a admiração pelos sorrisos ingênuos e
olhares doces, iguais aos dos anjos.
Renascerá em mim a voz dos Heróis que partiram sem se despedir: eles
voltam, eles voltam...
Renascerá em mim a claridade perdida, as asas murchas, o amor.
O Amor...
De "Em meu Jardim Secreto..."
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