O adeus não dito, bendito.
O amor, sutil e puro, como o orvalho da manhã sobre os capinzais,
após as tempestades da noite quente.
O desejo, perfumado e incendiário, como as damas da madrugada;
uma brasa acariciada pelas mãos.
Você... um diamante, reluzindo do alto de uma montanha coberta por cerejeiras em flor;
e eu, um simples peregrino de trilhas poeirentas, trilhas já à beira do esquecimento,
olho para cima, humildemente, desejando mais e mais daquela luz tão distante e tão, tão próxima.
Olhando levemente os passos dados, vejo que os últimos antes desta maravilhosa visão não aparecem no chão;
Sei bem o porquê:
É meu coração que já não batia, pois um dia lhe disseram: não há o que valha!
Mas há! E como há!
O que não há é saudade de qualquer jardim outrora cultivado;
abençoados e rigorosos invernos e verões deram cabo de todos.
Há... Há saudade do futuro.
Saudade do sabor ainda são sentido; imaginado;
Da canção ainda inaudível, não composta, não tocada,
Do sorriso ainda não visto,
Do olhar que ainda não acariciou meu olhar.
Há saudade do brilho desse diamante que minhas mãos ainda não alcançaram, mas que meu coração, revivido e pulsante, já guarda dentro de si...
Como um farol,
Como a lua,
Como o sol.
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