O outono sempre impregna as manhãs com uma espécie de magia ancestral
O vento não apenas sopra
Ele dança
E canta
Uma valsa deslumbrante
Uma canção repleta de renovação
São novos dias
Ele me diz
E parte em seguida
Sem maiores explicações
Mas então o calor no peito
E o coração desejando também cantar e valsar
Ainda há o medo
Isso é certo
Incômodo e severo
Sempre ali
Em um cômodo sujo e escuro
Aguardando a menor falha para me dominar
Só que hoje venta
Venta muito por aqui
E são carregados e espalhados pela atmosfera
Os incessantes sussuros fantasmagóricos
Que roubam a luz
Roubam a melodia
E eu respiro aliviado por uma estação
Lembrando de um verso que dizia
Que Deus protege os inocentes
Pensando que talvez por hoje
Ele também proteja
Os que tiveram a inocência roubada.