Há essa voz em minha mente que sempre se repete:
'O tempo é um animal tão mutante!'
Uma hora se é menino, noutra se tem o coração partido.
E a gente passa meia existência perdendo pedaços,
Pequenos caquinhos que vão caindo pelo caminho,
E passa outra metade voltando e recolhendo essas partes, tentando formar uma alma completa, curada.
E então a vida salta espalhafatosa, gira uma dezena de vezes e cai de pé esperando aplausos,
E o aplauso não vem.
Alguns olhares são de soslaio, insípidos,
Todo mundo esperando aplauso também.
Mas o tempo, sim, o tempo.
O tempo na verdade não existe...
Tudo começou com um homem inventando um relógio
E outros homens comprando esses relógios até a coisa sair do controle
Mas o tempo mesmo, não existe,
É uma abstração feita para definir outras abstrações,
Como as saudades, as pessoas, os sonhos.
A gente coloca tudo dentro de um cronômetro e o quanto ela viver ali, mostra sua importância.
E nem tudo obedece à regra...
Tem coisa que foge pelas frestas e permanece,
Quietinha ao nosso lado,
Durando para sempre;
Tem coisa que não importa o quanto dure, dura pouco demais;
Tem coisa que ainda bem chegou,
E sempre esteve aqui.
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