Outra onda
E então mais outra
A água salgada ferindo os olhos
Os lábios
A garganta
As feridas que não têm tempo de encontrar cura
O peito submerso
O coração com suas súplicas abafadas
A quem
Já não se sabe
Mas vai passar
As águas retrocederão
Até que então
Outra onda
Outra tarde tempestuosa
Outra volta no círculo sem fim
Enquanto ao longe
Um ruído cada vez mais inaudível
O canto enigmático e profano da esperança
Entoando belíssimas mentiras
Luzindo falsas luminosidades
Mostrando rotas inavegáveis
Antes de
Mais um gole
Mais um mergulho
Mais um golpe
Você suporta
Você consegue
Você se cala
Por longos tempos lentos
Cada vez mais
Até que
Para sempre.
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