Nada faria questão de mais alguns versos pobres sobre um breve sonho em que dedos se entrelaçavam.
É passado o tempo em que suaves ancantos assim colocavam asas de cera em um coração que sempre tentou voar perto demais do sol.
Mas havia uma canção bem composta que permaneceu após aquele rápido aconchego se dissolver na luz da manhã como neblina... Ela ainda toca.
Mas é agosto, e mesmo que não tão belos quanto outrora, os ipês florescem, e o vento faz chover flores bem amarelas pelo pátio onde as crianças correm e brincam, alheias à estiagem brava que acerca as almas humanas.
E eu sei que tudo sempre esteve apenas na minha cabeça, todos os reinos e pesadelos, anjos e vilões. Cada personagem vestiu o figurino que lhe fiz, alguns cobertos de safiras e pérolas, outros de trapos e estilhaços. Agora enfim respiro aliviado, estamos todos perdoados.
E já não faz mais sentido ainda viver como se o melhor estivesse para acontecer, como se houvesse um milagre esperando na próxima esquina, na próxima ilusão. O melhor e mais belo é este agora, simples assim como é, com seus sabores escassos, com seus perfumes não muito raros, com sua paz delicada, porque isso é a vida, não é?
Os ciclos... O crescimento, a despedida, a regeneração, junto dessa voz cada vez mais tímida, mas que não se cala, não se cala.
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